Após cinco anos de pesquisas, o Centro Nacional de Pesquisa e Monitoramento por Satélite (Embrapa Monitoramento por Satélite), o Departamento de Ecologia Geral da Universidade de São Paulo (IBUSP/DEG) e a ONG ECOFORÇA - Pesquisa e Desenvolvimento, editaram a Cartografia Ecológica do Arquipélago de Fernando de Noronha. É um amplo conjunto de dados numéricos e cartográficos, manipulados por computador a partir do uso de técnicas de Geoprocessamento.

Estimulado pela frequente dificuldade de integração de dados ecológicos, foram desenvolvidos vários procedimentos técnico-operacionais, passíveis de utilização para outras áreas do país.

A obtenção dos dados dividiu-se em três fases:

Informatização dos dados numéricos e cartográficos pré-existentes, através de digitação ou de digitalização;
Fotointerpretação das unidades físicas do relevo e da fisionomia da vegetação, sobre fotos aéreas pancromáticas na escala 1:10.000;
Execução de prospecções de campo, incluindo a aplicação de 618 fichas pré-codificadas de reconhecimento do meio físico, da vegetação e da influência das atividades humanas sobre a paisagem, a partir do levantamento de 54 descritores e coleta de 125 amostras de solo.

O tratamento numérico dos dados quantificou a entropia de cada variável amostrada e a informação mútua destes parâmetros em relação à ocorrência das espécies vegetais dominantes, procurando demonstrar os determinismos das relações ecológicas no Arquipélago.

O tratamento cartográfico, realizado com o Sistema de Informações Geográficas (SIG), envolveu a criação de um modelo digital de elevação, conversão de formatos topológicos, fatiamentos, reclassificações, interface com bases de dados numéricos, cruzamentos, cálculo de áreas, geração de cartas e listagens.

Os resultados indicam caminhos para conciliar preservação ecológica com desenvolvimento sócio-econômico neste conjunto de ilhas isoladas no Atlântico Equatorial, evidenciando os principais componentes das paisagens do Arquipélago, além de sua sensibilidade e estabilidade.

Atualmente está disponível uma descrição inédita e particularizada dos condicionantes físicos, vegetais e antrópicos dessas paisagens, como subsídio à gestão ambiental cada vez mais crítica de Fernando de Noronha. No total, são 78 cartas no formato A4 (escala 1:50.000) e três no formato A1 (escala 1:20.000), representando a primeira e maior base de dados geocodificados para um parque nacional brasileiro.

O trabalho foi realizado pelos pesquisadores Mateus Batistella e Evaristo Eduardo de Miranda.

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